Pinturas rupestres do sítio Cadoz Velho I, Piripiri, Piauí

Luis Carlos Duarte Cavalcante cavalcanteufpi@yahoo.com.br, Andrews Araújo Rodrigues andrews.ra@hotmail.com, Curso de Arqueologia e Conservação de Arte Rupestre, Universidade Federal do Piauí, Brasil.  

 

Abstract

The Cadoz Velho I archaeological site is a sandstone shelter located in the rural area of the city of Piripiri, state of the Piauí, Brazil, containing a exceptional collection of 214 rock paintings that consists of pure graphisms, human handprints, zoomorphic, anthropomorphic and phytomorphic motifs, painted in orange and predominantly in different tonalities of red. The state of deterioration of the rock paintings was investigated. The conservation of the shelter paintings is affected by natural erosion, saline efflorescences, water migration, lichens, animal dejects, action of insects (particularly termites and wasp nests) and human impact (vandalism, graffiti and soot).

Keywords: Rock paintings. Cultural heritage. Conservation. Cadoz Velho I.

Resumo

O sítio arqueológico Cadoz Velho I é um abrigo sob rocha arenítica localizado na área rural da cidade de Piripiri, estado do Piauí, Brasil, contendo uma coleção excepcional de 214 pinturas rupestres que consiste de grafismos puros, carimbos de mãos humanas, motivos zoomórficos, antropomórficos e fitomórficos, pintados em laranja e predominantemente em tonalidades diferentes de vermelho. O estado de deterioração das pinturas rupestres foi investigado. A conservação das pinturas do abrigo é afetada por erosão natural, eflorescências salinas, migração de água, líquens, dejetos animais, ação de insetos (particularmente térmitas e ninhos de vespas) e impacto humano (vandalismo, pichação e fumaça).

Palavras-Chave: Pinturas rupestres. Patrimônio cultural. Conservação. Cadoz Velho I.

 

Introdução

Os primeiros relatos sobre as inscrições rupestres no Brasil misturam dados científicos e fantasias sobre civilizações perdidas (tanto vestígios de cultura material quanto grafismos rupestres eram frequentemente atribuídos a fenícios, gregos e vikings) (MARTIN, 2008).

Os motivos gravados e pintados em superfícies rochosas foram mencionados por cronistas e viajantes desde o século XVI, sendo possível assinalar o Capitão-mor da Paraíba Feliciano Coelho de Carvalho (1598), Pe. João de Sotto Mayor (manuscrito em 1656 e publicado em 1914), Jean Baptiste Debret (1834; Figuras 1, 2 e 3), John C. Branner (escrito em 1876 e publicado no Brasil em 1903) e Tristão de Alencar Araripe (1886) como alguns dos primeiros a descreverem e reproduzirem em desenho os grafismos rupestres existentes em solo brasileiro.

Figura 1. Inscrições rupestres. Reproduzidas por J. B. Debret (1834) na obra Voyage Pittoresque et Historique au Brésil.
À direita, detalhe do livro e imagem de J. B. Debret.
 

Ainda nessa etapa “pré-científica”, devem-se reconhecer os trabalhos minuciosos do autodidata José de Azevêdo Dantas, os quais podem ser apreciados no manuscrito Indícios de uma Civilização Antiquissima (DANTAS, 1924-7). Ele é considerado pioneiro das pesquisas arqueológicas sobre inscrições rupestres no Nordeste brasileiro, pois descreveu fielmente as pinturas e gravuras rupestres do sertão do Rio Grande do Norte e da Paraíba.

As pesquisas mais sistemáticas ocorreram apenas após os anos de 1950 e concentram-se em algumas áreas pontuais, a saber: inicialmente em algumas regiões relativamente isoladas do território baiano, posteriormente nas áreas de Central e de Sobradinho; no sudeste piauiense; no Seridó potiguar; no Vale do Catimbau, em Pernambuco; e no Cariri cearense (MARTIN, 2008).

Figura 2. Página 46 do livro Voyage Pittoresque et Historique au Brésil,
em que J. B. Debret descreve as inscrições rupestres, aqui, ilustradas na Figura 1.

 

Figura 3. Página 47 do livro Voyage Pittoresque et Historique au Brésil,
em que J. B. Debret descreve as inscrições rupestres, aqui, ilustradas na Figura 1.
 

 

Patrimônio arqueológico do Piauí

O Piauí é um dos estados mais ricos em acervo arqueológico do país, possuindo milhares de sítios arqueológicos, além da evidência de ocupação humana com mais de 50.000 anos (GUIDON et al., 2002; SANTOS et al., 2003; VALLADAS et al., 2003; WATANABE et al., 2003). A vasta maioria dos sítios citados é caracteristicamente de arte rupestre (GUIDON, 1984, 1985; GUIDON et al., 2002; PESSIS, 1987, 2003; GUIDON; PESSIS; MARTIN, 2009), embora também sejam encontrados sítios históricos, aldeias de agricultores ceramistas, oficinas líticas, sítios paleontológicos e com enterramentos. Muitos deles consistem de formações rochosas que serviam de abrigo, onde o homem pré-histórico deixou indícios de sua estada por meio de pinturas e gravuras, além de artefatos líticos e cerâmicos, entre outros.

Escavações realizadas na Área Arqueológica de São Raimundo Nonato têm fornecido uma variedade de vestígios, os quais estão sendo estudados na medida em que os recursos financeiros possibilitam tais investigações, e isso tem permitido avanços significativos em várias áreas do conhecimento, como na paleontologia (GUÉRIN et al., 1996; FAURE; GUÉRIN; PARENTI, 1999; GUÉRIN; FAURE, 1999, 2004a, 2004b, 2009), além de descobertas surpreendentes como o esqueleto do Sítio Toca dos Coqueiros (LESSA; GUIDON, 2002; HUBBE et al., 2007) e os restos humanos da Toca do Enoque (GUIDON; LUZ, 2009; FAURE; GUÉRIN; LUZ, 2011), da Toca da Santa (KINOSHITA et al., 2008) e da Toca do Gordo do Garrincho (PEYRE et al., 1998; PEYRE; GRANAT; GUIDON, 2009). A seqüência cronológica muito bem estabelecida com datações carbono 14 (GUIDON; DELIBRIAS, 1986; PARENTI, 1996; SANTOS et al., 2003), associada a uma diversidade de outros fatores como o aparecimento da cerâmica por volta de 8.900 anos e o polimento da pedra há 9.200 anos (GUIDON; PESSIS, 1993), tem instigado a elaboração de rotas alternativas viáveis capazes de explicar o povoamento recuado do Continente Americano (GUIDON et al., 2002; VALLADAS et al., 2003; GUIDON, 2008).

Nos abrigos sob rocha do sudeste piauiense já foi possível determinar que a prática de realização das pinturas rupestres era uma atividade humana frequente há pelo menos 30.000 anos antes do presente (GUIDON et al., 2002, 2009; WATANABE et al., 2003; PESSIS; GUIDON, 2009).

Os testemunhos e desafios do Centro-Norte do Piauí

O esforço desenvolvido no sertão do sudeste piauiense e a exuberância e elevado número de abrigos portadores de arte rupestre naquela área, não podem obscurecer os vestígios, de mesma magnitude de beleza e importância, dispersos pelo restante do estado. Os testemunhos da presença e atividade de grupos humanos pré-históricos, manifestados especialmente sob a forma de grafismos rupestres, estão presentes de norte a sul do estado.

O Núcleo de Antropologia Pré-Histórica (NAP), da Universidade Federal do Piauí (UFPI), tem atuado intensivamente no Centro-Norte piauiense, evidenciando inúmeros sítios arqueológicos, os quais esperam a intervenção de pesquisadores, para serem estudados e preparados para visitação pública, após minuciosa investigação, diagnóstico e intervenção nos problemas de conservação (NAP-UFPI/IPHAN, 1986-2003).

Visando o conhecimento e a conservação dos sítios arqueológicos portadores de arte rupestre da região Centro-Norte do Piauí, especificamente, daqueles localizados no município de Piripiri, os objetivos primordiais deste artigo são divulgar o levantamento dos grafismos rupestres e o diagnóstico dos principais problemas de conservação do abrigo Cadoz Velho I, localizado na área rural do município de Piripiri, estado do Piauí, Brasil.

Metodologia

Os trabalhos foram realizados preponderantemente em campanhas de campo, empreendidas com o objetivo de coletar dados sobre o suporte rochoso; cor, quantidade e dimensões dos registros gráficos; quantidades de painéis pictóricos; alturas dos registros em relação ao solo atual; identificação da vegetação do entorno; obtenção das coordenadas geográficas, altitude (via utilização de GPS Garmin Etrex, Datum WGS 84) e posição geográfica da abertura do sítio, entre outros aspectos.

Inicialmente a mancha gráfica foi dividida em painéis; posteriormente realizou-se a contagem dos registros rupestres, por painel; verificou-se a recorrência dos motivos representados; a observação das cores dos pigmentos usados na elaboração dos grafismos; a medição da espessura média dos traços gráficos e dos tamanhos das figuras. Além disso, realizou-se o levantamento fotográfico com e sem escala IFRAO (das pinturas, dos depósitos de alteração e do ambiente do entorno), bem como a ocorrência de sobreposições de cores.

Também foi de interesse de investigação o levantamento dos principais problemas de conservação de arte rupestre e a identificação dos depósitos de alteração que impedem a perfeita visualização dos registros gráficos.

A identificação, tanto quanto possível, da fauna habitante da área, bem como da flora, como citado anteriormente, foi feita com o auxílio de moradores da área próxima ao sítio e ficou circunscrita, por enquanto, aos nomes vulgares.

Geomorfologia da área

O ambiente geológico do povoado Cadoz Velho e comunidades adjacentes guarda as mesmas características dos arenitos ruiniformes do Parque Nacional de Sete Cidades, com as superfícies rochosas esculpidas pelo processo de erosão eólica, pluvierosão e erosão diferencial, formando monumentos geológicos que apresentam feição semelhante a carapaças de tartaruga, parte do sistema da Formação Cabeças, Membro-Oeiras (Figura 4). As rochas paleozóicas são constituídas na sua essência por arenitos médios a grosseiros com aspectos geomorfológicos distintos (INSTITUTO BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL, 1979).

Figura 4. Arenito ruiniforme da Formação Cabeças, Membro-Oeiras,
e aspecto da vegetação do entorno do abrigo Cadoz Velho I no período de seca.

Segundo Fortes (1996), essa formação apresenta uma singularidade em relação a outras regiões do estado e até mesmo do país, pois se caracteriza por uma cúpula elíptica de cor parda escura, quase negra, resultante de uma película mais ou menos densa, parecendo com resíduos de sucessivas gerações de líquens, sobrepostas sobre a face da rocha, inteiramente recoberta por escamas poligonais, as quais, vistas mais de perto, aparentam estar imbricadas como telhas. Ainda segundo o autor, as escamas ou polígonos dos flancos são bem delineados e tem superfícies suavemente abauladas, mas próximo do topo passam para polígonos encimados por formas menos regulares de pequenos picos arredondados e miniaturas de muralhas semicirculares.

O sítio Cadoz Velho I

O abrigo Cadoz Velho I (Figura 5) faz parte de um complexo de sítios portadores de registros rupestres localizado no povoado Cadoz Velho, a aproximadamente 24 km da sede do município de Piripiri, estado do Piauí. O acesso é feito pela BR-404, no sentido Piripiri-Pedro II, após percorrer cerca de 21 km, adentrando numa estrada carroçal, à esquerda, na altura do povoado Pé do Morro.

O abrigo situa-se nas coordenadas geográficas 04°25’54,7’’ de latitude Sul e 041°39’58,6’’ de longitude Oeste (Figura 6), a aproximadamente 276 metros de altitude, em relação ao nível médio do mar. O sítio possui orientação geográfica da abertura voltada para o Leste e está orientado no sentido Sudoeste-Nordeste, possuindo uma extensão de 9 metros de comprimento, estando os grafismos localizados em um abrigo de rocha arenítica, constituída de grãos finos. A mancha gráfica foi dividida em 6 painéis, sendo que o grafismo mais baixo situa-se a 40 cm e o mais alto a 4 m e 87 cm, ambos em relação ao nível médio do solo atual.

Os registros rupestres foram elaborados principalmente em diferentes tonalidades de vermelho, embora existam algumas poucas pinturas em tons alaranjados e na cor vinho, totalizando 214 grafismos. Os motivos representados são predominantemente grafismos puros, havendo muitas recorrências de carimbos de mãos humanas em positivo, zoomorfos e alguns raros antropomorfos, além de um motivo fitomórfico.

Algumas inscrições rupestres se destacam das demais pelo seu tamanho relativamente elevado, com a maior atingindo o comprimento de 70 cm e 8,0 cm de largura do traço gráfico (Figura 7).

Observou-se também que a largura dos traços gráficos varia bastante, verificando-se traços com 0,2 cm; 0,7 cm; 0,9 cm; 1,0 cm; 1,1 cm; 1,4 cm; 2,0 cm; 2,7 cm; 3,0 cm; havendo um grafismo com largura de traço de 8,0 cm, conforme acima citado, sugerindo que diferentes ferramentas podem ter sido utilizadas na elaboração das pinturas, inclusive os dedos, além das próprias mãos.

A vegetação do entorno possui espécies típicas do cerrado, com intrusões de caatinga, sendo basicamente composta, conforme apontaram os moradores da vizinhança, por murici (Byrsonima gardneriana A. Juss), macambira (Bromelia laciniosa Mart.), jatobá (Hymenaea stigonocarpa Mart.), crioli (M. surinamensis), faveira (Parkia platycephala Benth.), jurema (Mimosa verrucosa Benth.), fonte, pau d'arco (Tabebuia spp.), capim e amargoso (Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke) (Figuras 4 e 8).

Painel 1

O Painel 1 (Figura 9) possui um total de 13 registros rupestres, destacando-se a recorrência de 5 carimbos de mãos humanas em positivo. As demais inscrições são principalmente manchas gráficas sem formas específicas definidas. A cor dominante é o alaranjado, existindo um único grafismo em vermelho-escuro.

Figura 5. Vista parcial do abrigo Cadoz Velho I, Piripiri, Piauí.

 

Figura 6. Localização geográfica do abrigo Cadoz Velho I, Piripiri, Piauí.

Figura 7. Maior registro rupestre do abrigo Cadoz Velho I.

Figura 8. Aspecto da vegetação do entorno do abrigo Cadoz Velho I no período chuvoso.

Figura 9. Pinturas rupestres do Painel 1. Sítio Cadoz Velho I, Piripiri, Piauí.

Painel 2

Este Painel possui um total de 43 inscrições rupestres, unicamente grafismos puros, pintados em sua maioria em tonalidades de vermelho e na cor vinho (Figura 10).

Figura 10. Pinturas rupestres do Painel 2. Sítio Cadoz Velho I, Piripiri, Piauí.

Painel 3

O Painel 3 possui um total de 39 registros rupestres, representando grafismos puros, carimbos de mãos em positivo, zoomorfos, antropomorfos e um fitomorfo. Há recorrências de 5 carimbos de mãos em positivo, 4 zoomorfos e 2 antropomorfos. As cores predominantes são o vermelho médio e o vermelho-escuro (Figuras 11, 12 e 13).

Painel 4

O Painel 4 possui 30 registros rupestres, entre grafismos puros e manchas de tinta. Há a recorrência de 17 carimbos de mãos em positivo e a cor dominante é o alaranjado.

Figura 11. Pinturas rupestres do Painel 3. Sítio Cadoz Velho I, Piripiri, Piauí.

Figura 12. Pinturas rupestres do Painel 3. Imagens com 100% de contraste. Abrigo Cadoz Velho I, Piripiri, Piauí.

Figura 13. Pinturas rupestres do Painel 3. Imagens com 100% de contraste. Abrigo Cadoz Velho I, Piripiri, Piauí.

Painel 5

Este Painel possui 85 inscrições rupestres predominantemente representando carimbos de mãos em positivo, grafismos puros e manchas gráficas, pintados em vermelho-claro, vermelho médio, vermelho-escuro e padrões de alaranjado. Entre os motivos mais recorrentes há 33 carimbos de mãos em positivo (Figura 14).

Figura 14. Pinturas rupestres do Painel 5. Abrigo Cadoz Velho I, Piripiri, Piauí.

Painel 6

O Painel 6 possui apenas 4 manchas de tinta na cor vermelho-escura.

Problemas de conservação

O sítio apresenta principalmente problemas de conservação de origem natural e ainda alguns resultantes de ação antrópica. Há muitas trincas e desplacamentos no substrato arenítico; plantas trepadeiras (tais como macambira (Bromelia laciniosa Mart.) e fonte), com algumas raízes sobre os grafismos rupestres; ninhos de cupins, inclusive com galerias passando sobre pinturas; ninhos de vespas, tanto as que fazem ninhos com argila (popularmente conhecidas como maria-pobre) quanto as que fazem ninhos com raspas de madeira (chamadas de marimbondos); teias de aranhas; dejetos de animais como pássaros e mocó (Kerodon rupestris); carrapatos; infiltrações e manchas de escorrimento por águas das chuvas e pela presença de líquens e microorganismos (em algumas áreas a película superficial protetora do arenito já foi parcialmente removida); e muitas eflorescências salinas, com algumas pinturas quase integralmente recobertas pelas espessas camadas de sais.

Os principais problemas decorrentes de ações antrópicas são manchas de fumaça, além de pichações gravadas e riscadas no suporte rochoso do abrigo (Figura 15). Em decorrência da localização do sítio na margem de uma estrada carroçal, um dos problemas mais graves é a deposição frequente de poeira, deixando algumas pinturas praticamente invisíveis.

Figura 15. Pichações do abrigo Cadoz Velho I, Piripiri, Piauí.

Considerações Finais

O abrigo Cadoz Velho I possui 214 inscrições rupestres, representando principalmente grafismos puros, carimbos de mãos em positivo, zoomorfos, antropomorfos e um fitomorfo, pintados em diferentes tonalidades de vermelho, embora existam algumas poucas pinturas em tons alaranjados e na cor vinho. Entre as pinturas mais recorrentes, há 60 carimbos de mãos em positivo, 4 zoomorfos e 2 antropomorfos.

Tanto o suporte arenítico quanto os grafismos rupestres são afetados por diversos problemas de conservação, tais como esfacelamento da rocha matriz, com numerosas trincas e desplacamentos; espessas camadas de eflorescências salinas; infiltrações de água; liquens; dejetos animais; ações de insetos (particularmente térmitas e ninhos de vespas); e impacto humano (vandalismo, pichação, fumaça e deposição de poeira).

O isolamento da área do abrigo, para conter o acesso de animais de médio e grande porte, precisa de urgência, pois há presença de solo na base da área abrigada e uma escavação pode fornecer informações, sobre os grupos humanos autores dos grafismos rupestres.

A estrada carroçal que passa nas imediações do sítio precisa ser desviada, pois a deposição de poeira está recobrindo quase integralmente algumas pinturas, além de exercer uma ação abrasiva que paulatinamente vem desgastando o filme pictórico.

Agradecimentos Os autores são gratos à Universidade Federal do Piauí, pela participação de Andrews Araújo Rodrigues no Programa de Iniciação Científica Voluntária.

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Cómo citar este artículo:

Duarte Cavalcante, Luis Carlos, Araújo Rodrigues, Andrews.
Pinturas rupestres do sítio Cadoz Velho I, Piripiri, Piauí.

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2012

 

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