Avaliação in situ dos problemas de conservação

do sítio arqueológico Pedra do Cantagalo I

Luis Carlos Duarte Cavalcante cavalcanteufpi@yahoo.com.br
Yana Raquel Viana Alves
Heralda Kelis Sousa Bezerra da Silva

Curso de Arqueologia e Conservação de Arte Rupestre, Universidade Federal do Piauí, Brasil

 

Resumo

Este artigo reporta os resultados de medidas arqueométricas in situ realizadas no sítio arqueológico Pedra do Cantagalo I, localizado na área rural do município de Piripiri, estado do Piauí, Brasil. As medidas experimentais consistiram mais precisamente da avaliação sistemática da temperatura do substrato arenítico (em áreas com e sem pinturas rupestres) e do ar ambiente, do monitoramento da umidade relativa do ar, bem como da aferição da velocidade dos ventos que atingem esse abrigo pré-histórico. A Pedra do Cantagalo I está decorada com mais de 1.950 pinturas rupestres policrômicas e dezenas de gravuras rupestres. As pinturas consistem de figuras abstratas, carimbos de mãos humanas, motivos antropomórficos e zoomórficos, pintados nas cores amarela, preta, cinza, branca, vinho-escura, alaranjada e em diferentes tonalidades de vermelha. As gravuras, dispersas pela parede, plataformas e piso do abrigo, são majoritariamente cupuliformes, destacando-se o fato de algumas estarem pintadas. Nos sedimentos arqueológicos foram encontrados líticos lascados, líticos polidos, materiais cerâmicos e pigmentos minerais (ocres avermelhados). O piso e as plataformas rochosas abrigadas encontram-se também pontilhados de dezenas de pilões.

Palavras-chave: Monitoramento, Problemas de conservação, Termoclastia, Arqueometria in situ.

 

Introdução

No município de Piripiri, estado do Piauí, nordeste do Brasil, há uma considerável concentração de sítios arqueológicos, em sua vasta maioria abrigos sob-rocha arenítica (CAVALCANTE, 2015). Tal arenito é, em geral, friável, moldado por ações simultâneas do tempo, dos intemperismos físico, químico e biológico e consequente erosão, configurada através da remoção física dos materiais pelos agentes de transporte, além de sofrer intervenções antrópicas. As paredes, reentrâncias e saliências desses abrigos areníticos encontram-se decoradas com inscrições rupestres pintadas e/ou gravadas. Todos os aspectos mencionados atuam de forma intensiva tanto na degradação do suporte rochoso quanto dos próprios registros rupestres (CAVALCANTE et al., 2015).

Visto que esses sítios arqueológicos detêm um inestimável patrimônio arqueológico, torna-se necessário o monitoramento constante dos problemas de conservação que atuam na degradação do arenito, enquanto suporte, e das inscrições rupestres pré-históricas. A avaliação in situ possibilita a formulação de um diagnóstico mais detalhado e seguro, sobre o avanço dos problemas eventualmente existentes.

O objetivo deste trabalho foi realizar medidas arqueométricas in situ no abrigo Pedra do Cantagalo I (Figura 1), nomeadamente medidas de temperatura do substrato arenítico (em áreas com e sem pinturas rupestres) e do ar ambiente, monitoramento da umidade relativa do ar, bem como aferição da velocidade dos ventos.

Figura 1. Vista parcial do sítio arqueológico Pedra do Cantagalo I.


O sítio arqueológico Pedra do Cantagalo I

A Pedra do Cantagalo I é um abrigo sob-rocha arenítica, localizado no povoado Jardim, área rural do município de Piripiri, estado do Piauí, Brasil (Figura 2). Nesse magnífico sítio arqueológico existem mais de 1.950 pinturas rupestres, distribuídas em uma extensão de 80,30 metros de parede rochosa decorada (CAVALCANTE; RODRIGUES, 2010).

Figura 2. Mapa do Brasil e mapa do Piauí com destaque para o município de Piripiri. Imagem do Google Earth evidenciando a localização do sítio Pedra do Cantagalo I.
Fonte: Mapas, cortesia da FUMDHAM.



O levantamento efetuado por Cavalcante e Rodrigues (2010) apontou a predominância de inscrições abstratas geometrizadas, havendo também carimbos de mãos, antropomorfos e zoomorfos (especialmente ornitomorfos), pintados nas cores preta amarela, cinza, branca, rosa, vinho, alaranjada e, sobretudo, em diferentes tonalidades de vermelha (Figura 3 e 4). Além das pinturas, na Pedra do Cantagalo I também há motivos gravados tanto nas paredes quanto no piso do abrigo. Um fato que chama a atenção nesse sítio arqueológico é a recorrência dos motivos pintados e gravados e a sobreposição de cores e das inscrições representadas no arenito. As figuras inicialmente identificadas como de ornitomorfos (com base em Martin (2008) e Magalhães (2011)), mais recentemente foram interpretadas por Rodrigues (2014) como sendo representativas de propulsores de dardos.

Figura 3. Pinturas rupestres do sítio Pedra do Cantagalo I, destacando-se a recorrência e a marcada sobreposição entre as inscrições representadas.

 

A conservação das pinturas desse abrigo é afetada por erosão natural, eflorescências salinas, migração de água de dentro do arenito e do topo do bloco rochoso, dejetos animais, ação de insetos (particularmente cupins, ninhos de vespas-marimbondo e de vespas-maria pobre, bem como de colméias de abelhas) e impacto humano (pichações, deposição de fuligem (manchas de fumaça) e acúmulo de lixo na área abrigada e imediações) (CAVALCANTE; RODRIGUES, 2010).

Figura 4. Pinturas rupestres do sítio Pedra do Cantagalo I, destacando-se a policromia na elaboração
dos painéis pictóricos.



Metodologia

A coleta de dados foi realizada in situ, em cinco expedições de campo, nos meses de junho, outubro e dezembro de 2012 e em abril e junho de 2013, respectivamente.

As medidas de temperatura e umidade relativa do ar ambiente foram coletadas usando um termo-higrômetro digital da Instrutemp, com escalas internas de -10 ºC a +50 ºC (para temperatura) e 15% a 95% (para umidade), com resoluções correspondentes de 0,1 ºC e 1% e precisões respectivas de ±1 ºC e ±5%.

A avaliação de temperatura (realizada em dois diferentes pontos, conforme a Figura 5) em áreas do suporte rochoso com pinturas rupestres e, comparativamente, em áreas, imediatamente adjacentes, sem tinta pré-histórica, foi efetuada com um termômetro infravermelho ITTI-550 da Instrutemp, projetado para a medição da temperatura de superfícies, com escala de -32 ºC a +530 ºC, com resolução de 0,1 ºC e precisão de ±2%.

A velocidade dos ventos foi aferida com um anemômetro digital portátil ITAN-700 da Instrutemp, com escala 0 a 30 m s-1.

Ponto P1: carimbo de mão vermelho.
Ponto P2: grafismo puro vermelho.
Figura 5. Pinturas rupestres que foram analisadas (correspondentes aos pontos P1 e P2) no abrigo Pedra do Cantagalo I.



Resultados e Discussão


Os resultados do monitoramento da temperatura do ar ambiente no abrigo Pedra do Cantagalo I podem ser apreciados na Figura 6. A amplitude térmica do ar ambiente registrada durante o mês de junho de 2012 foi de 3,8 ºC, com mínima de 27,5 ºC, no início da manhã, e máxima de 31,3 ºC, às 14h47min. Já em outubro de 2012 a amplitude foi de 9,8 °C, com mínima de 26,5 °C, no início da manhã, e máxima de 36,3 °C, às 13h59mim. A amplitude térmica do ambiente registrada durante o mês de dezembro 2012 foi de 11,2 °C, com mínima 24,4 °C, nas primeiras horas da manhã, e máxima de 35,6 °C, às 14h05min. No mês de abril de 2013 foi registrada uma amplitude térmica de 6,1 °C, com mínima 22,5 °C, nas primeiras horas da manhã, e máxima de 28,6 °C, às 09h24min. Durante o mês de junho de 2013 foi registrada uma variação de 7,3 °C, com mínima de 22,7 °C, nas primeiras horas da manhã, e máxima de 30,0 °C, às 15h09min.

O monitoramento da umidade relativa do ar ambiente também pode ser acompanhado pela avaliação da Figura 6, na qual se pode observar que a variação da umidade relativa do ambiente durante o mês de junho de 2012 foi de 35%, com a máxima de 74%, às 06h47min, e mínima de 39%, às 15h47mim. Em outubro de 2012 a amplitude correspondente foi de 28%, com máxima de 54%, às 05h59min, e mínima de 26%, às 14h59mim. Em dezembro 2012 a variação foi de 49%, com máxima de 74%, às 05h05min, e mínima de 25%, às 17h05min. Já em abril de 2013 a amplitude de umidade relativa foi de 12%, com máxima de 91%, às 07h24min, e mínima de 79% às 09h24min. Em junho de 2013 a variação desse parâmetro foi de 26%, com máxima de 85%, às 07h09min, e mínima de 59%, às 16h09min.

Figura 6. Temperatura e umidade relativa do ar avaliadas no período de junho de 2012 a junho de 2013.

 

A avaliação geral durante todo o período de medidas experimentais aponta uma amplitude térmica anual de 13,6 °C (entre junho de 2012 e junho de 2013), com temperatura máxima de 36,3 °C, colhida em outubro de 2012, e mínima de 22,5 °C, registrada no mês de abril de 2013. A amplitude anual da umidade relativa do ar foi de 66%, com máxima de 91%, detectada em de abril de 2013, e mínima de 25%, determinada em dezembro de 2012.

A avaliação da temperatura no substrato rochoso (Figura 7) em pontos com pinturas rupestres e imediatamente adjacentes, mas sem tinta pré-histórica, revelou, de modo geral, que não há diferença térmica significativa entre as áreas com e sem material pigmentante.

Figura 7. Temperatura atuante nos pontos P1 e P2 (em áreas com e sem pintura rupestre) avaliada no período de junho de 2012 a junho de 2013.



Na Figura 8 pode-se observar o comportamento da temperatura atuante diretamente nas pinturas rupestres dos pontos P1 e P2. Em junho de 2012 o ponto P1 apresentou amplitude térmica de 5,7 °C, com temperatura máxima de 30,6 °C, verificada às 14h47min, e mínima de 24,9 °C, às 6h47min. No mesmo período o ponto P2 exibiu variação térmica máxima de 6,2 °C, com máxima de 30,9 °C, às 15h47min, e mínima de 24,7 °C, às 6h47min.

Figura 8. Temperatura do substrato rochoso nos pontos P1 e P2, áreas com pinturas rupestres, no período de junho de 2012 a junho de 2013.

 


Já no dia 13 de outubro de 2012 a amplitude térmica observada no ponto P1 foi de 8,4 °C, com temperatura máxima de 35,2 °C, verificada às 11h59min, e mínima de 26,8 °C, às 4h59min. Nesse mês o ponto P2 apresentou amplitude térmica de 7,6 °C, atingindo uma temperatura máxima de 34,3 ºC, às 15h59min, e mínima de 26,7 ºC, às 4h59min.

Em 28 de dezembro de 2012 a variação máxima de temperatura no ponto P1 foi de 5,7 °C, com máxima de 33,0 °C, detectada às 13h5min, e mínima de 28,2 °C, registrada às 5h5min. Já no ponto P2, em dezembro a amplitude térmica foi de 6,4 C, com máxima de 33,9 C, detectada às 16h5min, e mínima de 27,5 C, determinada às 5h5min.

No dia 5 de abril de 2013 a amplitude térmica observada no ponto P1 foi de 3,0 °C, com temperatura máxima de 28,9 °C, verificada às 9h24min, e mínima de 25,9 °C, às 5h24min. No mesmo período o ponto P2 exibiu amplitude térmica de 3,0 °C, com temperatura máxima de 29,3 °C, às 12h24min, e mínima de 26,3 °C, às 5h24min.

A amplitude térmica em junho de 2013 no ponto P1 foi de 4,2 °C, com máxima de 29,3 °C, verificada às 15h9min, e temperatura mínima de 25,1 °C, às 5h9min. Nesse mês o ponto P2 apresentou amplitude correspondente de 4,6 °C, com temperatura máxima de 29,9 °C, às 17h9min, e mínima de 25,3 °C, também observada às 5h9min.

A velocidade dos ventos (Figura 9) foi aferida continuamente, nos períodos em que as medidas experimentais de temperatura do substrato arenítico e em que a avaliação termo-hidrométrica foram efetuadas, verificando-se correntes de ar com velocidades máximas da ordem de 2,6 m s-1 (em junho de 2012), de 5,4 m s-1 (em outubro de 2012), de 4,4 m s-1 (em dezembro de 2012), de 2,7 m s-1 (em abril de 2013) e de 4,3 m s-1(relativa a junho de 2013). Observa-se claramente a maior frequência e intensidade das correntes de ar nos meses mais secos do ano, que correspondem ao período de meados de junho até meados de janeiro ou fevereiro, nos anos em que a estação de chuvas é mais curta.

 

Considerações Finais

O monitoramento in situ, aqui, reportado é de fundamental importância para avaliar os processos causadores da degradação do substrato arenítico do abrigo Pedra do Cantagalo I e um procedimento experimental primordial para aprofundar o conhecimento sobre esse sítio arqueológico, complementando o conjunto geral de dados que já existem a respeito desse abrigo rochoso (CAVALCANTE et al., 2014).

As elevadas amplitudes térmicas verificadas diariamente provocam a dilatação dos minerais da matriz rochosa e do fino filme de tinta pré-histórica durante o dia e a contração dos mesmos no período noturno, ocasionando a desagregação mecânica da rocha e das camadas de tintas pré-históricas e, configurando, claramente, um processo de termoclastia.

De modo geral, observou-se também que nas primeiras horas do dia o ar ambiente é mais frio do que o substrato arenítico. Aproximadamente entre 9 e 10 horas as temperaturas em ambos os meios se equiparam e logo em seguida o ar passa a ficar mais quente do que o substrato rochoso. Do ponto de vista analítico essa constatação é muito ruim, pois uma vez que as pinturas rupestres foram realizadas na interface entre o ar e o substrato pétreo, tais oscilações e amplitudes térmicas (nos diferentes meios e entre eles), assim como as oscilações e amplitudes de umidade relativa do ar, são péssimas para a preservação da integridade dessas inscrições pré-históricas e da própria rocha matriz.

Figura 9. Velocidade dos ventos, que atingem o abrigo Pedra do Cantagalo I, aferida no período de junho de 2012 a junho de 2013.

 

Comparativamente ao monitoramento in situ realizado no sítio arqueológico Letreiro da Pedra Riscada-LPR (CAVALCANTE et al., 2015), efetuado com a mesma metodologia adotada na Pedra do Cantagalo I-PCI, observa-se que a temperatura do ar exibe valores aproximados com máxima de 36,6 °C no LPR e de 36,3 °C na PCI. A temperatura mínima do ar, por outro lado, foi de 22,5 °C na PCI e de 24,7 °C no LPR. Em termos de amplitudes térmicas diárias, a PCI revelou valores variando de 3,8 °C a 11,2 °C, dependendo do período do ano, ao passo que o LPR apresentou amplitudes entre 4,6 °C e 9,8 °C. Considerando o período integral de medidas experimentais, a amplitude térmica anual da PCI foi superior à do LPR, respectivamente 13,6 °C e 11,9 °C.

Prosseguindo com a comparação entre os dois sítios arqueológicos, em termos de umidade relativa do ar, a PCI exibiu máxima de 91% e mínima de 25%, enquanto o LPR variou entre 87% e 25%. A amplitude diária de umidade relativa para a PCI situou-se entre 12% e 49% e entre 14% e 43% para o LPR, dependendo do período do ano em que a aferição foi realizada. A amplitude anual correspondente para ambos os sítios de arte rupestre foi de 66% e 62%, respectivamente.

Em termos de avaliação da temperatura do substrato arenítico, em áreas com pinturas rupestres, comparativamente observaram-se amplitudes térmicas variando entre 3,0 °C e 8,4 °C na PCI e entre 2,6 °C e 8,1 °C no LPR.

A avaliação geral desse conjunto de dados permite verificar que as condições ambientais investigadas são relativamente mais rigorosas e severas no abrigo Pedra do Cantagalo I do que no sítio Letreiro da Pedra Riscada, considerando-se que as amplitudes dos parâmetros aferidos são mais elevadas para aquele sítio arqueológico do que para este.

 

Agradecimentos

Os autores são gratos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo apoio financeiro (processo 487148/2013-4), à Universidade Federal do Piauí (UFPI), pela participação das discentes Heralda KSB da Silva e Yana RV Alves no Programa de Iniciação Científica Voluntária e pela concessão de transporte para o desenvolvimento das atividades de campo, e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), pela autorização de pesquisa na área.

 

 

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Duarte Cavalcante, Luis Carlos; Viana Alves, Yana Raquel

y Sousa Bezerra da Silva, Heralda Kelis.

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2017

 

 

REFERÊNCIA

CAVALCANTE, L. C. D. Pinturas rupestres da região arqueológica de Piripiri, Piauí, Brasil. Arqueología Iberoamericana, n. 26, p. 6-12, 2015. <http://www.laiesken.net/arqueologia/archivo/2015/26/1>.

CAVALCANTE, L. C. D.; RODRIGUES A. A. Arte rupestre e problemas de conservação da Pedra do Cantagalo I. International Journal of South American Archaeology, n. 7, p. 15-21, 2010.

CAVALCANTE, L. D. C.; RODRIGUES, A. A.; COSTA, E. N. L.; SILVA, H. K. S. B.; RODRIGUES, P. R. A.; OLIVEIRA, P. F.; ALVES, Y. R. V.; FABRIS, J. D. Pedra do Cantagalo I: uma síntese das pesquisas arqueológicas. Arqueología Iberoamericana, n. 23, p. 45-60, 2014. <http://www.laiesken.net/arqueologia/archivo/2014/23/3>.

CAVALCANTE, L. C. D.; SILVA, H. K. B.; ALVES, Y. R. V. Medidas experimentais in situ para avaliar o estado de conservação do sítio arqueológico Letreiro da Pedra Riscada, Domingos Mourão, Piauí, Brasil. Rupestreweb – arte rupestre en América Latina, 2015. <http://www.rupestreweb.info/letreiropedrariscada.html>.

MAGALHÃES, S. M. C. A arte rupestre no centro-norte do Piauí: indícios de narrativas icônicas. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2011. <http://www.historia.uff.br/stricto/teses/Tese-2011_Sonia_Maria_Campelo_Magalhaes.pdf>.

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